Governo faz entrega simbólica de Plano Estadual Pena Justa ao STF

Governo faz entrega simbólica do Plano Estadual Pena Justa ao STF
Documento foi construído por meio do Comitê Estadual de Políticas Penais e consolida avanços já implementados pelo Estado. “Sistema penitenciário de Goiás é referência nacional”, afirma Daniel Vilela (Foto: André Costa)

Presídios sem facções, cinco anos sem rebeliões e dois anos e meio sem registro de armas. Esses foram alguns dos dados de Goiás destacados pelo vice-governador Daniel Vilela nesta quarta-feira (06/08) durante a solenidade de entrega simbólica do Plano Estadual Pena Justa, que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O documento foi construído por meio do Comitê Estadual de Políticas Penais e consolida avanços já implementados pelo Estado, com metas divididas em quatro eixos:

  • entrada e gestão de vagas,
  • ambiência e infraestrutura,
  • reintegração social,
  • prevenção à reincidência.

Representando o governador Ronaldo Caiado, Daniel afirmou que o controle dos presídios goianos é resultado de uma gestão técnica, com investimentos contínuos e decisões firmes, que colocam Goiás como referência nacional.

“Antes de 2019, a direção da Polícia Penal era alvo de barganhas políticas. Hoje, temos instalações com dignidade, tecnologia de ponta e servidores qualificados. Isso também é segurança pública”, declarou.

Daniel Vilela ressaltou ainda a parceria com municípios para o trabalho remunerado de apenados em serviços urbanos.

“Já foram investidos cerca de R$ 5 milhões em remuneração e a demanda dos prefeitos por esse tipo de convênio só cresce”.

Harmonia

Segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Leandro Crispim, a elaboração do plano demonstra a harmonia e o diálogo entre as instituições envolvidas.

“Foi um exercício de escuta plural e técnica, com participação do Judiciário, do Executivo, da Defensoria, do Ministério Público, da sociedade civil e dos próprios familiares de apenados. Superar o estado de coisas inconstitucionais no sistema prisional exige mais que boas intenções. Exige estrutura, planejamento e coragem”, declarou.

Para tratar das questões atinentes ao sistema prisional é necessária uma visão humanista, na opinião do corregedor-geral de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Marcus da Costa Ferreira.

“Quer-se conhecer a evolução de um povo? Visite seus presídios. Todos podemos, em algum momento, estar do outro lado. Não podemos tratar seres humanos como objetos descartáveis. Goiás já foi exemplo negativo e hoje é referência nacional. Esse plano é uma obra coletiva que cuidará de quem, mesmo punido, ainda pode ser útil à sociedade”, defendeu o magistrado.

Diretor-geral da Polícia Penal, Josimar Pires destacou que Goiás já cumpre parte substancial do que prevê o plano.

“Nos últimos anos, o Estado investiu mais de R$ 200 milhões no sistema prisional. Só em 2024 foram abertas 2 mil novas vagas, com entregas como a do complexo de Aparecida de Goiânia. Até o fim deste ano, mais 750 estarão disponíveis”, explicou.

Saiba mais

Inscrições de reeducandos no Enem bateram novo recorde em Goiás

Secult doa livros a presídios do estado