Hospital de Formosa reforça alerta para aumento dos casos de dengue

Hospital de Formosa reforça alerta para aumento dos casos de dengue
Vigilância constante pode evitar que pequenos focos de dengue se tornem surtos da doença (Foto: SES)

Com a chegada do período chuvoso, o Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), alerta a população sobre o risco de aumento dos casos de dengue na região.

As chuvas favorecem a reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, e exigem atenção redobrada neste início de temporada para evitar um crescimento expressivo nos registros.

De janeiro a outubro deste ano, o HEF registrou 1.321 casos de dengue, com maior concentração de janeiro a maio, período que somou 979 notificações.

Durante a estiagem em Goiás, de junho a setembro, houve redução significativa nos registros, totalizando 243 casos ao longo dos quatro meses. Em setembro, foram contabilizados 72 casos, mas em outubro houve um aumento de 37,5%, chegando a 99 casos, reflexo do retorno das chuvas.

O cenário reforça a importância da prevenção contínua e dos cuidados redobrados, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.

Dengue: atenção redobrada

A dengue pode afetar pessoas de todas as idades, mas é especialmente perigosa para idosos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas. Os sintomas variam de leves a graves e incluem febre alta, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos, manchas na pele, náuseas e fadiga intensa.

Para a enfermeira Karolina Reis, coordenadora do Núcleo Hospitalar Epidemiológico (NHE), são fundamentais a hidratação e o monitoramento atento aos primeiros sinais.

“Os idosos têm maior probabilidade de complicações devido à presença de doenças crônicas e à menor capacidade de hidratação. Por isso, é essencial observar sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos, que exigem atendimento médico imediato”, orienta.

Cuidados com gestantes

Entre as gestantes, o cuidado deve ser ainda mais rigoroso. Durante a gravidez, a imunidade, naturalmente reduzida, aumenta o risco de complicações e pode tornar o organismo mais vulnerável às infecções.

Além disso, os sintomas iniciais da dengue, como febre, dor no corpo e mal-estar, podem ser confundidos com manifestações típicas da gestação, o que dificulta o diagnóstico precoce.

A dengue durante a gravidez pode causar desidratação, alterações na pressão arterial e, nos casos mais graves, levar a complicações obstétricas que colocam em risco a saúde da mãe e do bebê. Por isso, é fundamental que a gestante procure atendimento médico logo aos primeiros sinais da doença.

De acordo com o médico coordenador do Pronto-Socorro, Wanderson Sant’Ana, os casos mais graves exigem acompanhamento constante.

“A queda de plaquetas pode provocar hemorragias e deslocamento de placenta, aumentando as chances de aborto ou parto prematuro. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado são fundamentais para proteger a gestante e o bebê”, ressalta o médico.

Prevenção é o melhor remédio

A forma mais eficaz de combater a dengue continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Como o inseto se reproduz em locais com água parada, ações preventivas simples e rotineiras podem interromper o ciclo de proliferação.

Entre as medidas recomendadas estão manter caixas d’água bem tampadas, limpar calhas, ralos e bandejas de ar-condicionado, descartar pneus, garrafas e recipientes que possam acumular água e manter quintais e áreas externas sempre limpos.

O uso de repelentes e as telas de proteção também são importantes, principalmente para gestantes, crianças e idosos, que estão entre os grupos mais vulneráveis.

O HEF reforça que o engajamento da comunidade é decisivo para conter o avanço da doença. A vigilância constante durante o período chuvoso pode evitar que pequenos focos se tornem grandes surtos.